Restaurantes centenários de Madrid
Madrid conta com uma importante tradição gastronómica. Uma boa mostra disso são os numerosos restaurantes centenários que servem os pratos mais típicos da capital espanhola, e os melhores vinhos da região. Cozido, callos, soldaditos de Pavía, tortilla de batatas e, em geral, a melhor cozinha castelhana estão sempre presentes no menu destes estabelecimentos, que resistem com êxito à passagem do tempo.
Gran Café de Gijón
Quando no ano de 1888 o asturiano Gumersindo Gómez voltou de Cuba, instalou-se em Madrid, investindo o fruto do seu trabalho num café que inaugurou no dia 15 de Maio como “Gran Café Gijón” em honra à sua cidade natal. Gumersindo nem podia imaginar que o seu café, situado na zona da Castellana, acabaria por ser considerado como “o último café literário de Madrid”.
Na sua sala dissertaram personagens da envergadura de Canalejas, Ramón y Cajal, Pérez Galdós, Romero de Torres, Ramón María del Valle-Inclán, Cossío, Cañabate, Gerardo Diego, Torrente Ballester, Sastre, Cela e uma interminável lista.
O centenário Café Gijón aparece representado em quadros da autoria de destacados artistas, e está presente em muitos filmes e livros, como “Crónicas del Café Gijón” de Marino Gómez Santos, “La noche que llegué al Café Gijón” de Francisco Umbral e “La Ronda del Gijón”, um livro que reúne os testemunhos de 17 figuras vinculadas ao Café Gijón, da autoria de Marcos Ordoñez.
O local dispõe também de uma esplanada no Paseo de Recoletos.
Stazioni:
- Biblioteca Nacional (Paseo de Recoletos, 20)
- Prim (calle Prim, 2)
- Plaza de las Salesas, 7
Malacatín
A história desta taberna tem início em 1895, quando Julián Díaz García, um migrante oriundo de Cuenca, abriu na Calle de la Ruda uma loja de vinhos e licores, que rapidamente se tornou popular na zona de El Rastro, pela simpatia do dono e da sua família, e pela presença de um mendigo que tocava a guitarra à porta do estabelecimento, cantarolando "tin, tin, malacatin", pelo que o local passou a ser conhecido como o Malacatín.
Na década de 1950, uma das filhas de Julián toma as rédeas da taberna, registando-a oficialmente com o nome de Malacatín. A partir desse momento decidem ampliar o negócio com o serviço de comida caseira, a preços populares e elaborada com boa matéria-prima. Mais tarde a sua oferta gastronómica ampliou-se com o tradicional cozido madrileno, de “tres vuelcos” (servido em três passos) sempre com produtos de primeira categoria, com um êxito rotundo.
Atualmente, a taberna Malacatín é gerida pela quarta geração desta família, tendo-se convertido num templo da melhor cozinha madrilena, com o cozido tradicional como seu máximo expoente.
A lista inclui pratos tradicionais madrilenos, além de um variado surtido de tapas e conservas. A lista de vinhos oferece uma ampla seleção de vinhos espanhóis e algumas referências internacionais que incluem vinhos provenientes de França, Alemanha, Itália e Marrocos. O local dispõe também de um menu para grupos.
Estação: Plaza de la Cebada, 16
Lhardy
Lhardy é o primeiro restaurante de luxo de Madrid. Inaugurado em 1839 por Eugenio Huguemei, representa o esplendor da alta cozinha espanhola e internacional, que conta com o aval dos seus mais de 175 anos de protagonismo na vida da capital. Forma parte aa Associação de Restaurantes e Tabernas Centenárias de Madrid.
O restaurante possui uma sala de jantar principal, o Salón Isabelino, e 5 salas privadas: os salões Japonês, Branco, Sarasate, Gayarre e Tamberlick. Com uma decoração requintada e elegante, que permanece inalterada com a passagem do tempo, as salas do Lhardy foram testemunho de importantes reuniões de políticos e intelectuais, e nelas se decidiram o derrube de monarcas, e a implantação de repúblicas, regências e ditaduras.
Atualmente propriedade do Grupo Pescaderías Coruñesas (após a sua aquisição em maio de 2021 pela família García Azpiroz), o menu do Lhardy sofreu algumas alterações, procurando no entanto manter sempre a essência do restaurante. Assim, o menu conserva o seu apreciado Cozido Madrileno, elaborado com as melhores matérias-primas e uma receita melhorada, e recupera alguns pratos tradicionais do Lhardy, como a centenária receita do Pato Canetón de las Landas, o Consomé Lhardy, ao qual se acrescentou um ovo e trufa fresca, o Bife Wellington com batatas à inglesa, o ‘Foie’ de Ampurdán em Escabeche, uma Perdiz em Escabeche com pamplinas e o seu famoso Souflé, sem esquecer os Callos Lhardy e os Croquetes de Cozido.
As novidades da lista incluem o Salpicón de bogavante galego, as Amêijoas de Carril na sertã com Palo Cortado, o Salmão Fumado de Pescaderías Coruñesas com fios de ovo de Lhardy e o Linguado Evaristo com champanhe e alcaparras.
Lhardy dispõe também de uma loja onde é possível adquirir uma ampla seleção de produtos gourmet, e escolher entre uma grande variedade de vinhos, obséquios de empresa e cestas natalícias. A loja oferece também um serviço de envio ao domicílio.
Estações:
- Puerta del Sol A y B (Puerta del Sol, 1)
- Carretas (calle Carretas, 8)
- Sevilla (calle Alcalá, 27)
Casa Alberto
Esta taberna, fundada em 1827 no local onde se situava o edifício onde o escritor Miguel de Cervantes viveu e escreveu as suas duas grandes obras-primas, a segunda parte do “D. Quixote” e “Os trabalhos de Persiles e Segismunda”, é um dos locais centenários mais destacados de Madrid, onde é possível desfrutar da boa gastronomia tradicional madrilena com um toque vanguardista, e saborear um vermute de barril de elaboração própria.
Situada em pleno Bairro das Letras, Casa Alberto conserva ainda daquela época algumas recordações de Cervantes, expostas no segundo piso da taberna, junto com outra memorabilia, o seu livro de zinco junto do belíssimo balcão de ónix e madeira, a garrafeira, o manómetro de fabricar água de Seltz, a sua antiga e apreciada torneira, a caixa registadora, as colunas e umas bilheteiras onde se vendiam entradas para a claque dos teatros.
Na época de Fernando VII, os madrilenos acudiam à Casa Alberto para tomar um chato de vinho com um ovo cozido, e um pedaço de bacalhau. Os seus atuais clientes podem desfrutar de pratos típicos, como os callos a la madrileña e vários pratos de bacalhau. A especialidade da casa é o rabo de touro estofado, considerado um dos melhores de toda a cidade de Madrid.
Estações:
- Plaza de Santa Ana, 10
- Antón Martín (calle Atocha, 54)
- Huertas (calle Jesús, 1)
- Jacinto Benavente (Plaza de Jacinto Benavente)
Casa Labra
Esta antiga taberna foi fundada em 1860, no número 12 da rua Tetuán, nas imediações de Puerta del Sol. É muito popular pelas suas tapas, que têm como protagonista o bacalhau, em filetes acabados de fritar e em croquetes. Na sua sala de jantar também se podem desfrutar várias receitas de bacalhau e pratos platos típicos madrilenos, como o rabo de touro e os callos, entradas e tapas variadas, tudo acompanhado por uma esmerada lista de vinhos.
O local conserva a sua decoração original, com uma fachada curva adaptada à estrutura do edifício e um curioso marco de vidro com o nome do estabelecimento. No seu interior, além do mostrador de zinco e das tradicionais mesas de mármore, os clientes podem admirar as pinturas e os numerosos refrões alusivos à história do local. Casa Labra dispõe de duas salas, uma das quais funciona como restaurante com um serviço à lista, e outra para desfrutar das populares tapas e raciones.
Estações:
- Plaza de Celenque, 1
- Plaza del Carmen, 1
- Puerta del Sol, 1
- Carretas (calle Carretas, 8)
Posada de la Villa
No coração do bairro de La Latina encontra-se este estabelecimento centenário, que outrora foi o único moinho de farinha da cidade. Em 1642 foi convertido na primeira pousada da Corte, onde se dava guarida e alimento a todos os viajantes que chegavam a Madrid. Quando as hospedarias começaram a decair, a pousada perdeu a sua clientela, e terminou ameaçada de ruína. Em 1980 foi recuperada e restaurada por Félix Colomo, que a converteu no restaurante atual, um assador especializado na cozinha tradicional madrilena.
O restaurante encontra-se distribuído pelos três andares do edifício, e tem capacidade para 235 comensais, dispondo de vários salões privados para jantares de grupos. A madeira é a grande protagonista da sua decoração, simples e elegante, e das suas janelas, com o escudo da posada.
O menu inclui os pratos mais destacados da gastronomia castelhana e madrilena. As suas especialidades são o cozido madrileno elaborado em caçarola de barro e a fogo lento e os assados de cordeiro de leite em forno de lenha.
La Posada de La Villa recebeu vários prémios e galardões, incluindo uma menção no Guia Michelin, o Gran Collar Gastronómico Internacional, o Prémio Nacional de Gastronomia Tradicional e o Chaine des Rotisseurs, além de ser reconhecida pelo Ayuntamiento de Madrid como Estabelecimento Comercial Centenário, pela sua excelência empresarial e pelo seu serviço à cidadania.
Estações:
- Plaza de la Cebada, 36
- Plaza del Cordón
- Plaza de los Carros (Carrera de San Francisco, 1)
Taberna de Antonio Sánchez
A Taberna Antonio Sánchez é considerada a taberna mais antiga de Madrid. Desconhece-se a data exata da sua fundação, mas sabe-se que é anterior a fevereiro de 1787, quando o Diario Curioso, Erudito, Económico y Comercial publica a notícia do seu trespasse como negócio dedicado à venda de vinhos. O mapa de registo cadastral, realizado em 1749 durante o reinado de Felipe VI, demonstra que o edifício atual continua a ser o mesmo, e que o espaço que ocupa a taberna não mudou. Um local com perto de 250 anos de história, para desfrutar da melhor cozinha tradicional espanhola.
No século XIX o local conquistou fama e protagonismo, convertendo-se num lugar de encontro para tertulianos e intelectuais do mundo tauromáquico, das letras e das artes. Em 1884 é adquirida por Antonio Sánchez Ruiz, filho de conhecidos taberneiros da capital, a quem deve o seu nome atual. O seu filho, o toureiro Antonio Sánchez Ugarte, herdou a taberna e converteu-a num lugar de referência de Madrid, ponto de encontro habitual de personalidades como Pío Baroja, Sorolla, Marañón, Camba, Cossio, Juan Cristóbal Vázquez Díaz e Antonio Díaz Cañabate, e nele se realizou a última exposição do conhecido pintor Ignacio Zuloaga, de quem Antonio Sánchez foi aluno e um grande amigo.
A decoração da taberna destaca-se pela sua antiguidade, o que a converte num verdadeiro museu. Nunca foi renovada, mantendo intactos os frisos e as decorações em madeira talhada, os candeeiros de gás que iluminavam o local, o elevador manual de garrafas, e frescos com os rostos de Frascuelo, Lagartijo e Cara Ancha, famosos toureiros que a ela acudiam no século XIX, para tomar mais de um copo de vinho, acompanhado pela sua torrija. Também são originais as cabeças dos touros que lidaram ao tomar a alternativa os toureiros Vicente Pastor, em 1902, e Antonio Sánchez, em 1922.
O escritor e jornalista Antonio Díaz Cañabate dedicou o seu livro Historia de una Taberna à história deste lugar. O prémio Nobel Camilo José Cela menciona-o no seu livro Torerías, e a poetisa Gloria Fuertes era uma frequentadora do local, e nele escrevia os seus relatos e poemas.
A sua lista tem como protagonista a cozinha caseira tradicional espanhola e madrilena. São famosos os seus pratos de rabo de touro, o cozido madrileno, a olla gitana e os seus callos a la madrileña. O local conta também com propostas vegetarianas e com um serviço de comida para levar, e admite animais de estimação.
Estações:
- Plaza de Nelson Mandela (calle Mesón de Paredes, 35)
- Jesús y María (calle Lavapiés, 34)
Botín
Fundado em 1725 por Cándido Remis, sobrinho da esposa do cozinheiro francês Jean Botín (cujo estabelecimento se encontrava também nas imediações da Plaza Mayor), o livro Guinness dos Recordes reconheceu este local como sendo o restaurante mais antigo do mundo. A longa história da casa Botín enocntra-se refletida na obra de escritores como Galdós (Fortunata e Jacinta, Misericórdia), Hemingway (Fiesta), Graham Greene (Monsenhor Quixote), Gómez de la Serna (nas suas Greguerías) e María Dueñas (O tempo entre costuras).
O restaurante ocupa os quatro andares do edifício, e conserva o ambiente da pousada original. O forno a lenha da casa, que continua ainda hoje a assar leitões e cordeiros ao estilo castelhano na rua Cuchilleros, é o forno original datado de 1725.
Atualmente, o restaurante Botín (classificado prestigiosa revista Forbes classifica como número 3 da lista dos restaurantes clássicos do mundo) é gerido pela quarta geração da familia González, sucessora da família fundadora.
Loja 1725 GOURMET
Em frente ao restaurante, no número 10 da rua Cuchilleros, encontra-se a loja 1725 Gourmet de Botín. Depois do êxito da sua loja online com o mesmo nome, aqui os interessados poderão adquirir todos os seus produtos delicatessen, assim como recolher os pedidos realizados da sua página Web.
Estações:
- Plaza de Cordón
- Plaza de San Miguel, 9
- Plaza de la Provincia, 1
La Casa del Abuelo
Nascida em 1906, esta taberna centenária, perto da Puerta del Sol, continua sob a direção da família que a fundou, que quis manter a essência e a autenticidade do negócio. Famosa desde os seus inícios pelas suas rosquilhas e tradicionais bocadillos e pelo seu vinho adamado, nela se podem degustar também as suas populares gambas, preparadas de várias maneiras, assim como outras tapas e rações típicas da gastronomia madrilena.
La Casa del Abuelo possui atualmente seis sucursais, sendo a mais antiga a do número 12 da Calle Victoria; a segunda está situada na Calle Núñez de Arce, 5; a terceira, que também dispõe de uma esplanada, na Calle Goya, 57; a quarta, na Calle Toledo, 11 (perto da Plaza Mayor); a quinta, na Calle de la Cruz, 11; e a sexta, na Calle Sáinz de Baranda, 17. La Casa del Abuelo possui também umas caves na localidade de Toro, na província de Zamora.
La Casa del Abuelo tem também uma loja online onde é possível adquirir os seus vinhos e organiza vários tours por Madrid, que incluem uma consumição nos seus estabelecimentos, para saborear algumas das suas tapas.
Estações:
- Carretas (calle Carretas, 8)
- Jacinto Benavente (Plaza de Jacinto Benavente)
Casa Pedro
Fundado em 1702, embora não figure em nenhum documento até ao ano 1825, é um dos referentes da cozinha castelhana e madrilena tradicional, e nele se elaboram as receitas antigas com uma matéria-prima excecional. Um estabelecimento realmente acolhedor, com a sua decoração de objetos antigos nas paredes, a sua adega de tijolo cru e uma agradável esplanada.
A sua origem, como estalagem e casa de pasto, está ligada à aldeia de Fuencarral (agora bairro de Fuencarral), onde o estalajadeiro atendia os viajantes da estrada de França e os que chegavam a Madrid. Fuencarral vivia dos trabalhos do campo, da agricultura e da pecuária, sendo também zona de caça real e, portanto, alojava os Couteiros Reais. Sempre na mão da família Guiñales, a estalagem teve diferentes nomes de acordo com a época. Assim encontramos referências ao “Mesón Nuevo”, “Casa de la Silvestra” ou “Casa de La Pascuala”.
A sala de jantar do piso inferior dispõe de acesso para pessoas com mobilidade reduzida. O restaurante também possui salões privados, ideais para reuniões de trabalho, com capacidade para 2 a 14 comensais.
Na ementa destacam-se os guisados caseiros, o coelho ao alho e os assados de borrego em forno de lenha, regados com os vinhos da sua própria adega.Entre os seus clientes encontram-se personagens ilustres das artes, do desporto, do espetáculo e da realeza.
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Casa Ciriaco
Esta taberna forma parte da história de Madrid desde finais do século XIX, com o nome de Casa Baliñas. Em 1923 passou a ser propriedade dos irmãos Pablo e Ciriaco Muñoz Sanz, que lhe deram o seu nome atual. Pela sua sala de jantar passaram muitos personagens ilustres e famosos, desde o escritor Valle-Inclán e do ilustrador Antonio Mingote (que desenhou o carimbo da casa) até à família real espanhola.
Depois de uma renovação realizada durante o verão de 2018, com mudança de proprietários incluída, Casa Ciriaco mantém o seu menu tradicional e caseiro, com pratos históricos como a galinha em pepitoria e o cozido madrileno.
O local possui uma entrada com uma zona de balcão, onde é possível degustar as suas tapas, e uma sala onde se servem tapas e pratos de balcão, com espaço para 40 comensais. Na sala de jantar principal, com capacidade para 120 pessoas, e decorada com quadros da época, recortes de imprensa e fotografias de artistas com dedicatória, serve-se a melhor cozinha centenária.
Estações:
- Plaza de San Miguel, 9
- Plaza del Cordón
- Plaza de Ramales
- Calle Segovia, 26
Bodega de La Ardosa
Em 1892, Rafael Fernández abriu várias tabernas com o nome La Ardosa, em honra do povo com o mesmo nome da província de Toledo. A de Malasaña conserva ainda os elementos da sua decoração original, como o rótulo de vidro gravado, o rodapé de azulejos e o ventilador.
Oferecem uma variedade de cervejas irlandesas a preços muito acessíveis, vermute à torneira, cervejas, vinhos da Rioja e Ribera. Para picar oferecem canapés variados, salmorejo, salgados, carne seca de León, fiambre de pato e tortilha de batatas, entre outras coisas.
A Ardosa tornou-se um lugar único onde, ao longo dos anos, têm vindo a ensinar muitos aficionados de cerveja a prová-la de forma diferente e muitos empregados de bar a ensinarem a forma como pode servi-la. Entre as suas inúmeras distinções, conta com o dispensador de Guinness mais antigo do país, além de ser considerada a melhor cervejaria Pilsen de Espanha.
Outros estabelecimentos do grupo Ardosa em Madrid são Casa Baranda, em Colón, 11, e o Bar Sidi, em Colón, 15.
Estações:
- Plaza de San Ildefonso
- Calle Barceló, 7
- Plaza de Carlos Cambronero, 2